Foto: Pesquisadores da NUS
Pesquisadores do grupo Keio-NUS CUTE Center na Universidade Nacional de Singapura desenvolveram um jogo para VR chamado "The Last Foxfire", que tem como foco utilizar os sentidos de visão, audição, tato, olfato, e sensação de calor para receber informação em seu corpo em tempo real, tanto para avançar no jogo quanto para ajudar na imersão do jogador. Para isso, foi desenvolvido uma peça de tecnologia similar a um colete, que possui fios e placas que recebem feedback do jogo, e ativam para criar sensações térmicas de calor para o jogador, ou liberar cheiros, como o de maçãs, a fruta favorita das raposas, que faz uma ligação direta com a temática, imersão e motivação para progresso do jogo.
O jogo se baseia no usuário impedir que um espírito de uma raposa ateie fogo a seu templo. Por isso, a sensação de calor é fundamental para a imersão e progressão, e o olfato é utilizado para encontrar aonde a raposa se esconde. De acordo com o quão próximo o jogador está do fogo, o colete emite calor por meio de seus módulos de calor em cinco pontos, nas costas, frente, lados do pescoço e face, e pode ser customizado de acordo com a tolerância de calor do usuário. O módulo de cheiros é posicionado diretamente no óculos VR. Um ponto forte que os pesquisadores argumentam para a peça é que o colete é algo portável e independente que não precisa de muito setup externo, o que trabalha muito bem com a proposta de VRs que não precisam de câmeras externas.
O projeto traz uma proposta de imersão cada vez maior com os óculos de realidade virtual, que apesar da grande imersão visual que possui, não utiliza de nenhum dos outros sentidos em sua forma básica. O colete serve como um bom ponto de partida para quebrar esta barreira, pois se torna uma peça independente e portátil que utiliza da sensação de tato e ajuda cada vez mais o usuário a se imergir no ambiente da realidade virtual, cujo uma das maiores críticas era que, apesar da boa verossimilhança visual, a falta de sensações de tato constantemente pode quebrar a imersão. Além disso, isso possibilita mecânicas de jogabilidade nunca vistas antes, utilizando o tato e olfato como sistemas do próprio jogo, e abrem portas para diversas possibilidades de jogos novos e interessantes nunca antes vistos.
A tecnologia ainda é básica, mas possui muito potencial. A possibilidade de emular frio também ajudaria ainda mais a imersão de outros projetos. É necessário tomar cuidado, apesar disso, para o colete não se tornar algo pesado, que limite movimento ou que o jogador constantemente se incomode com ele, pois isto também quebra a imersão. Apesar do projeto ajudar com o sentido do tato do corpo, o VR ainda possui o problema da falta da sensação do tato nos dedos, devido a necessidade de controles físicos, o que é um grande obstáculo ainda a ser superado.
Apesar disso, este projeto se mostra como uma grande força para a integração dos outros sentidos na realidade virtual, aumentando nossas possibilidades com o VR e abrindo o caminho para novas tecnologias e usos do sistema para tanto para jogos tanto para experiências virtuais cada vez mais imersivas.
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